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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Conferências de imprensa sem direito a perguntas

Como jornalista que fui, durante quinze anos, das coisas que mais me irritava era tirarem-me de uma redacção para ir fazer uma conferência de imprensa em que no final o conferencista não estava à disposição dos jornalistas para mais esclarecimentos. Deixava eu de trabalhar um qualquer tema para ir buscar um comunicado que podia ser enviado por mail ou fax. Uma conferência de imprensa sem perguntas no final dá a nítida sensação que quem a promove não está à-vontade. Não quer ser sujeito ao contraditório e apenas comunicar algo porque é uma «obrigação». É uma prática muito nossa, que geralmente deixa jornalistas estrangeiros boquiabertos. Geralmente, essa prática segue-se a conselho do gabinete de comunicação, que assim entende que o seu cliente está menos exposto. Mas para isso segue uma comunicação escrita, que poupa ao embaraço da leitura de um comunicado em frente a uma plateia que ficará desde logo sugerida negativamente pelo facto de não ter podido exercer a sua função na plenitude.

Postagem feita por Paulo Maia

6 comentários:

  1. Manuel Colaço Geada17 de abril de 2014 às 18:02

    É um dos exemplos da "não-conferência-de-imprensa"! Cheguei a tentar boicotar algumas destas operações, mas a (des)unidade da classe já estava subvertida por cartões partidários, jovens turcos e medos de despedimento...

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  2. Caro Manuel,
    Cumpriam instruções de quem ia fechar o jornal. Se tivessem respaldo das chefias e soubessem antecipadamente que não podiam fazer perguntas, a maior parte deles levantava-se e ia embora!

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  3. Ressalvo o seguinte. Por vezes, a plateia de jornalistas não percebem nada do que se fala do que se passa e as questões tornam-se inevitavelmente impertinentes! Nesse tipo de situações, concordo que as conferências de imprensa, sejam feitas sem direito a resposta.

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  4. Ana,
    O jornalismo que por cá se faz não é melhor nem pior do que a média dos outros sectores da sociedade civil portuguesa. Há bons e maus. E têm de ser avaliados por quem tem competência para o fazer, não pelo conferencista. Em todo o caso, se forem maus até dá jeito a quem está no púlpito, o receio, or norma, vem dos bons.

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  5. Marco Santos Delgado17 de abril de 2014 às 22:05

    O jornalismo português não é melhor nem pior do que se faz lá fora, assim como não é, nem melhor nem pior todas as outras profissões, todos os nossos políticos, todos os nossos sectores de actividade económica. Não podemos procurar a perfeição, mas podemos procurar um desempenho melhor de quem está há nossa volta, assim como nós podemos aperfeiçoar o nosso desempenho. Mas mais do que tudo, não adianta criticar, temos que actuar, temos que tentar ser pro activos. Não basta dizer que está mal, temos que marcar posição e mudar também.
    Tenho dito.

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  6. A vida são dois dias e um já passou! Deixam-se lá disso!

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