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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Os "rapazes dos jornais" e o declínio da democracia

Em qualquer sociedade moderna e democrática, a actividade jornalística é contemplada e defendida pela Lei. Mas, quanto mais moderna (no sentido contemporâneo) ela se torna, parece ser tendência a perda de valor de tal actividade, apesar de jornalismo ser quase "sinónimo" de democracia e de liberdade.

Os 160 despedimentos anunciados hoje oficialmente pela Controlinveste vão afectar alguns dos órgãos de comunicação social do grupo que detém marcas de referência como o DN, o JN, a TSF, O Jogo, a Sport TV, o DN Madeira, o Açoriano Oriental e o Jornal do Fundão, entre outros. Dos dispensados, estão 65 jornalistas.

Sendo um drama individual para qualquer um dos 160 despedidos, no caso dos jornalistas estamos perante mais um episódio dramático para a sociedade portuguesa, sobretudo pelo encolher de ombros com que encaramos o facto.
Não que caiba aqui qualquer crítica à decisão da administração da Controlinveste que, em última análise, poderá estar a sacrificar 160 postos de trabalho para salvar uns quantos milhares.
A grande crítica que há a fazer reveste-se, antes, de um carácter de mea culpa colectiva, pelo menosprezo com que olhamos, cada vez mais, para "os rapazes dos jornais", os "produtores de conteúdos". Ou seja, pelo menosprezo com que olhamos a própria democracia, esquecendo que podemos perdê-la muito mais rapidamente e com custos muito maiores do que a conquistámos.

Um enorme abraço de confiança e solidariedade aos profissionais afectados. A democracia vai sentir a vossa falta. E nós também.

A equipa MSImpacto

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